quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Aquela viagem

-Trecho   

 ...Olhando a estrada pelo vidro embaçado, um friozinho, as figuras dos carros mal se distinguindo na noite e eu ouvindo aquele coração batendo tranquilo, aqueles braços deixando-me tão protegida, tão aquecida, um toque suave em minha pele, tão sereno o rosto que dormia como se fosse um anjo, num lugar tão seguro, tão seu, que nada poderia feri-lo, que nada mais existia além daquele momento...Então senti as lágrimas brotarem em meus olhos e percorrerem silenciosas, pois naquele instante eu percebi que nunca havia sentido-me daquela forma, nunca algo fora tão mágico e tive a certeza que doeria tanto não ter mais aquele momento, que seria insuportável ficar longe daquele abraço que quanto mais perto estava, mais e mais perto precisava estar...Um pouco de agonia...Não poderia, não saberia, viver sem tê-lo e sussurrei, talvez tenha apenas movido os lábios...Talvez...Aconcheguei-me um pouco mais e disse (e entendi)
Eu amo você...

domingo, 27 de novembro de 2011

Infinito enquanto dure

Infinito enquanto dure



Os teus beijos são
As mais suaves carícias, 
fonte de delícias,
Na qual em paixão queimo.


Teu amor é puro,
Porto seguro,
Enche-me de luz.
Mas essas sombras
Que nos cercam
Nosso fim velam,
Elas sabem que será assim!


Quando me tocas
sinto dor e desejo,
Agonia e medo,
Prazer e paz...
E quero,quero muito mais...
Como viver o hoje livremente
Sabendo que amanhã
Esse castelo de ilusões
por terra cairá?


Como te amar,
Entregar em tuas mãos
Este meu ferido coração
Sabendo novamente se quebrará?


Como?
Diga-me como!

Mas e como não te amar?


Naquela tarde,
Num doce abraço,
Num roçar de lábios,
Rendi-me a ti...
A máscara que, tão firme, 
trazia fixa à cara,
Partiu em pedaços mil
Quando tu disseste que me amavas.
Que me amavas.


Que ainda me amavas...
Pois na tua fala
Vi o espelho da minh’alma.
E desde então,
Tu me levaste de mim,
E mesmo sabendo 
Que é inevitável, o fim,
Também sei que tu és parte de quem sou.
E meu coração não mais me pertence...
Pois que seja,então,
 Infinito enquanto dure,
Esse doce amor...


Amor de perdição.


Caixa

Caixa

Tudo mudou.

E na complexidade do que sou
Já se perdeu
A melhor parte do que fui.
Talvez esteja tão oca
De sentimentos
Que ao tocar meu corpo
Apenas sinta um frio sepulcral,
E ao vislumbrar minh’alma,
Apenas destroços e escuridão.
De longe, uma bela caixa embrulhada,

Mas se ao abri-la surpreso ficasse, bem,
Eu não ficaria.
Olhe dentro da caixa,
O que vê?
Nada.
Apenas imenso vazio
Não resta nada.
Somente decepção.
Deixe-me fechada.
Tantas cores, tantos laços,
Admire a bela fachada.
Deixe-me fechada,
Pois se procurar,
Em mim não encontrará nada.
Mais nada.

Cega face

Cega face

Comecei a mentir
Com tamanha convicção
que acabei acreditando

Em minhas próprias ilusões.
Hoje as carrego na carne,
Impregnadas em cada gota de suor.
Usei minha máscara,
Para esconder estas lágrimas,
Disse que era forte,
E segui assim.
Minha armadura prateada
Ainda reluz sob a lua,
E minha máscara,
Cega face,
É o único rosto que, hoje, conheço.
E do meu peito varri
Os pedaços inúteis
Do meu coração vazio.
Sigo assim.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Canto do cisne negro

Canto do cisne negro


Vem,
Livra-me desta prisão de pedra,
Liberta-me para o mar,
Liberta-me desse imenso muro...
Dá-me asas para voar...

Num sono prateado,
A lua ouve o meu cantar...
À sombra do lago,
Por que não vem me buscar?

Vem,
Vem,
Pois já é noite alta.
Quando virá me salvar?

Já vai passando a noite
E os dias passo a sonhar,
Vagado neste mundo contido
Que a vista pode determinar.
Já veio a lua,
Quando você virá?

As estrelas também cantam
Em seu murmúrio triste,
Comigo elas fazem par.
As estrelas refletem no lago,
E o meu coração reflete o seu olhar...

Vem,
Vem,
Pois já é noite alta.
Por que não vem me salvar?

Quando vai chegar?
Vai chegar?
Você vai chegar.
Meu canto de amor
Vai te encontrar.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Deixa assim

Deixa assim

Vamos sonhar os sonhos mais loucos.
Fazer aquilo que mais queríamos
Vamos dançar sob a lua cheia,
Deitar no sofá e ver tevê a noite inteira.
Deixa assim...
Vamos sorrir,
Cantar,
Sentir,
Viver.
Permitir que esse tempo passe...
Vamos rodar o mundo
E passear pelos mais lindos lugares
curtindo a liberdade
De viver sem medo.
Hoje quero o que tenho.
Deixa assim,
Por enquanto,
Cada um no seu canto.
Você amando você
E eu me amando.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Só esta noite

Só esta noite

Quero sonhar esta noite,
Mesmo que amanhã tudo volte a ser igual.
Quero tocar as estrelas,
Mesmo que depois volte para a vida normal.

Quero sonhar com seus olhos
Vindo apenas em minha direção.
Quero cantar baixinho,
Só para que ouça,seu coração.

Amanhã,para nós,é incerto,
Vivamos o presente.
Os caminhos sempre dão mil voltas,
Não sei se ficaremos juntos novamente.

Se este for nosso último momento
E este for nosso último beijo de amor,
Abraça-me forte e não me solte,
Quero sonhar esta noite,por favor...

sábado, 4 de junho de 2011

Deixa

Deixa

Deixa eu ser
um verso de amor para você.
Esta noite quero sussurrar
palavras mágicas vindas de além,
muito além do que posso entender...
Pedaços da minha alma,
pedaços do que sinto.

Deixa eu ser sua,
como sempre tem sido.
deixa estas palavras dançarem para você
frente a fogueira,
voz e violão,
notas de uma canção,
poder e força,
você é o centro do meu coração.

Deixa eu ser mais,
muito mais...
A que te espera,
a que te busca,
a que te segue,
a que te cura,
a que te ama,
sempre,a que te ama.

Movendo meu véu,
a grande lua pode nos ver.
Você me ensinou,
você me guiou,
iluminou meus cantos escuros e tristes
com seu amor tão puro.
Sarou minhas feridas,
transformou minha vida,
refez tudo em mim.

Miragem

Miragem

Beba meu sangue
mastigue minha carne
roa meus ossos...
Pele e músculos
tendões e cartilagem...
Somos todos miragens
cedo ou tarde seremos pó...
filhos da Terra,
para ela um dia retornaremos.
Brinde com minhas lágrimas,
já não fazem  falta.
Sugue  última gota
dos meus falidos sonhos.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Novo brinquedo

Novo brinquedo

Sou seu brilhante novo brinquedo...


O amor diz:
 “Eu te uso e depois esqueço”.
Ele me descarta se o aborreço.

Você quer brincar?
Ele te encantará
e vai confundir seu pensamento.

Sou seu mero passatempo.

Não se iluda,
O amor é como o vento,
Não podemos aprisionar...

Ele me usará...

Vai até gostar...
Sou seu joguinho.

Até ele se cansar.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Quero-te

Quero-te

Quero de leve tocar-te.
Desatando os laços,
Descobrindo os espaços
Da tua pele.

Quero sentir tuas mãos ,
Nas carícias mais suaves,
Acordando sensações,
Despertando emoções,
Aquecendo o inverno.

Quero o delicado tormento
Dos teus beijos apaixonados,
Desconectando-me de tudo,
Resumindo o mundo
A nós.

Quero descobrir
Teus desejos mais secretos,
mostrar minha alma neste este gesto.
Mil juras de amor
No silêncio dos olhares...
Mil vezes eterno.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Quebrada

Quebrada

Frágil como cristal partido,
Estou quebrada sem você comigo.
Pelo, mar vai o choro do rio
E na terra o silêncio.
Mãe que me acolhe,
Leve a dor que estou sentindo...
Nessas meias verdades
Nossas almas perderam o caminho.
No orgulho desfez-se o amor.
Criança de fogo e gelo,
Espírito que alimenta e consome,
Se ainda que distante
eu te levo em meu peito
Então prefiro viver sem meio coração.
Elo distorcido.
União sem sentido.
Você me quebrou
E eu cansei de sangrar.
Então não me peça perdão...
Não entende,
Não há mais nada.
Entre nós a distância
E na distância uma lágrima silenciada,
Lágrima de adeus.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Amanhã

 Amanhã


Amanhã é muito tarde para viver,
Amanhã é muito tarde para o sol acordar,
Amanhã,quem sabe, seja tarde para amar.

Eu sei e  você sabe também,
o depois é muito tarde para nós dois,
porque o nunca é o tempo
do amor que seria nosso.

Mas já não importa,
fecharam-se as portas
e o abismo não se desfez.
Aqui,agora,só restam o seu silêncio
e as batidas do meu coração.

Feridas

Feridas

 
Com minhas mãos 
abri minhas cicatrizes,
deixei o sangue percorrer meu corpo,
livremente.
Ajoelhei-me diante o mar,
pedi que levasse minha dor;
suas ondas lavaram o sangue e partiram,
mas em mim deixaram
o sal nas feridas.

domingo, 22 de maio de 2011

Solitário coração

Solitário Coração

Vagando pelas estradas da vida
Segue um solitário coração,
Tão cansado de sofrer e com suas feridas abertas
Busca, ele uma solução.

Seus dias são como noites sombrias.
Seu sol já se apagou.
Leva consigo apenas lembranças esmaecidas
Da felicidade que já acabou.

Tão ferido e tão iludido foi esse coração,
Ele procura a cura para sua dor.
Ele apenas quer descobrir
O que significa a palavra “amor”.

Tão machucado está esse coração,
Já sem forças para lutar,
Mas tolamente crê
Que ainda vale a pena amar.

E segue na sua inútil busca,
Pobre coração,
Busca esperançosamente
A luz na escuridão.

                                          

sábado, 21 de maio de 2011

Aprendi a viver sem ti

reAprendi a viver sem ti

O meu coração congelou,
No inverno que em minha alma se formou.
Tens razão em pensar
Que um amor nunca acaba,
Uma fantasia sim,
E o tempo te apagou de mim.

E se enganou achando
 Que iria esperar-te para sempre,
Pois o mundo girou
E o frio acabou,
E já não te tenho mais aqui.
Aprendi a viver sem ti
E ser feliz mesmo assim.

Já não olho para traz.
Minha fé é indestrutível.
Outro dia foi
E estou aqui,
Pois aprendi a viver sem ti.

Nada pode vencer-me.
Confio no destino,
E se é assim que vai ser,
Seguirei sorrindo.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O nada

O nada

No começo foi o silêncio,
Ecoando macio
Nas paredes da minha alma.

Depois veio a saudade,
Pesada,sufocante,
Alimentada pelas lembranças cálidas.

Então veio a tempestade,
explosão de todas as palavras
por tempos silenciadas.

Logo veio a concisa realidade,
Mas a decepção fria
Adormeceu a dor.

Aconcheguei-me na fantasia,
Ignorei o que se quebrou.
Até fiquei aliviada.

Só então veio a falta, lá dentro ocultada.
E justo agora que preciso de abrigo,
Percebo que jamais tive um.

Aqui, nesta sala lotada,
Olho em volta
E sorrio para o nada.

Meus dias

Meus dias

Se eu pudesse bem descrever 
Tudo que sinto agora,
Talvez, nessa hora,
Já não fosse tão difícil sonhar.
A realidade se confunde
Com o abstrato
E tudo muda,
E tudo sai do lugar,
Como um filme embaçado
Vejo meu tempo passar.
E penso nos dias
Que eu sabia amar...
Tédio,
Cansaço, 
Sei lá.
Apenas peço
Que tudo fique quieto
No seu devido espaço,
E o que precisa ser feito,
Eu faço...
No reflexo das minhas desilusões
Vejo as minhas tolas canções,
Às vezes rio,às  vezes choro,
Depois esqueço.
Afinal, o passado não pode ser refeito.
E até se pudesse refazê-lo,
Eu entendo, eu me conheço,
Não mudaria nada, nem os mínimos defeitos.
Pois quando mudamos o ruim,
O bom também se estraga,
E se não tivesse caído,
Quantas lições seriam apagadas.
E agora sei
Que os desamores que passei
Formaram tudo sou.
E por pior, ou melhor, que tenha seja,
O hoje está aqui,
Mas o ontem já passou.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Oposto II

Opostos

II

Tantas coisas perderam-se de nós,
Tantas renunciamos,
Era nosso destino.
Agora que chegamos neste ponto,
Redimidos ou irredutíveis?
Tão estranho pensar
Que já trilhamos a mesma estrada ,
Que sua dor foi o reflexo da minha...
Já não somos tão jovens,
E vejo tantas coisas de outra forma.
E refletindo agora,
Poderíamos ter seguido tantos caminhos,
Mas decidimos assim,
Lados distintos de uma batalha
Que jamais lutamos,
Nem bem,nem mal,
Apenas diferentes.
Mas e agora,
Frente a frente outra vez,
O que isso quer dizer para nós?
Vou olhar em seus olhos,
(...caminhamos os mesmos passos).
Você vai olhar para mim,
(...mesmo que sol e sombra, era a mesma direção).
Depois de tanto tempo...
E diremos  “Olá.”
E continuaremos lado a lado
Em nossos caminhos opostos.
(30/01/11)


Opostos

Opostos 
I
Memórias coloridas,
Tínhamos tantos planos,
Mas como é a vida,
Nenhum de nós imaginou
Que estaríamos aonde chegamos...
Talvez no fim tenhamos tocado
 tudo aquilo que sonhamos...
Mesmo agora que nossos caminhos
Inverteram-se
Ainda espero mãos que me segurem
Quando eu escorregar.
Será que elas estariam lá?
Agora que temos o que queríamos,
Não sabemos o que buscar.
Será que era exatamente aqui
Onde queríamos estar?
(17/11/10)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Um novo destino

Um novo destino

Estou confusa em meu as minhas loucuras
E em um só instante
Vejo mudar toda minha vida.
Pensei viver num conto de fadas,
Porém agora sei que a magia se desfez
Deixando-me aqui, perdida.

E não posso entender
 Como vivi tanto tempo
Cercada de mentiras.

E se quer saber como eu me sinto,
É só olhar em minha volta
E ver o mundo em que vivo.

Fechei os olhos,
Mas não seguirei me iludindo.
Acabou a farsa,
Não precisa mais fingir.

Adeus tristezas,
Adeus ilusões.
Quero viver novas emoções
E ter um novo sentido,
Um novo caminho

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mar

Mar

Observo-te mar,
Sentada na areia a contemplar,
Sinto uma de suas suaves ondas meus pés tocar.

Vejo sua superfície brilhar,
Vejo a linha que a vem cortar.
Traçará o fim ou o começo desse imenso mar?

Estou a imaginar,
E fico a pensar:
Quantos mistérios esse azul guardará?

Lindo, lindo de olhar.
E fico a perguntar:
Quanto profundo será?

Das mais doces calmarias
Às mais ferozes tormentas vai o mar.
Mar que inspira poesias,
Mar que pode castelos derrubar.

Arriscando-me a sorte
Decido por essas águas navegar.
Sabe Deus se me espera a morte
Ou o mais doce sonhar

Quero em sua alma mergulhar grandioso,
E lá encontrar seu tesouro mais valioso.
Quero descobrir-te por dentro mar.
Conhecer seu mais secreto cismar.

Quero saber,
Quero entender,
Ir além de seu silenciar.
Quero a você, todo, por inteiro, desvendar.