Confissões
Justo eu que sempre fui boa com as palavras
Perco-me na impossibilidade de expressar
esse sentimento estranho.
Clichês não traduzem essa ausência.
Nunca imaginei que me sentiria assim
Tão incompleta, tão destroçada...
Você disse a verdade,
E não disse o que eu esperava...
Mas o que esperava?
Uma promessa de eternidade?
Um acolhimento nesse coração
Que tanto maltratei?
Você diz que às vezes
Aquele sentimento te toca.
''Às vezes'' é tão fraco,
Tão raro,
Tão vago...
Vejo cada pedaço da minha alma sangrar.
É como pisar numa rosa delicada...
É como dizer a uma criança
Que seus sonhos são uma grande piada.
E logo eu que jurei esquecer
Por completo esse amor
Que me levou ao céu e ao inferno
De uma só vez...
Que desejava rabiscar cada linha
Desta nossa história...
Queimar as lembranças...
Apagar-te de mim...
Justo eu que nunca fui covarde,
Estou aqui em pedaços...
São quatro horas da madrugada
E eu aqui paralisada.
Não sei como agir,
Só estou esgotada....
Triste,magoada,
E em meu peito esse cansaço infinito,
Esse imenso nada...