sábado, 14 de maio de 2011

Direção

Direção

Vejo o céu,
Tão profundo e tão singular.
Releva o mistério
Que não se pode desvendar.

Mas quando chora o céu,
Faz-se gotas a rolar, bem leve,
Caindo na terra,
Transforma-se em neve.

Porém, quando se desfaz de suas armas,
Posso inteiro vê-lo.
Quando se desfaz de sua guarda,
Derrete sua armadura de gelo.

E o gelo torna-se doce mar.
Que vive entre tantas tempestades,
Entre coragens e medos,
Entre mentiras e verdades.

Mas meu mar também se transfunde,
Livra-se dos temores plebeus,
Eleva-se junto aos raios de sol,
Coroando-se Hélio,deus.

Então, a ti indago Hélio,
Serei eu teu heliotrópio eternamente fadado
A seguir pelo horizonte a carruagem
De meu cruel divino amado?

E mesmo se assim for,
Pois do destino não possuímos o timão,
Quando desaguares, céu,
Este peito aberto será tua direção.




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